P: “Ao longo de muitos anos, tenho usado vários dos planos de ciclos de esteroides que publicou, bem como planos completamente diferentes recomendados por outros indivíduos. Por essa razão, tenho vários resultados pessoais diferentes que posso comparar. Os seus conselhos mais recentes passam por usar sempre um inibidor da aromatase em ciclos aromatizantes, mas as recomendações mais antigas envolviam usar sempre um SERM (modulador seletivo do recetor do estrogénio, ou anti-estrogénio). Embora os seus conselhos mais recentes funcionem, parece-me que conseguia resultados ainda melhores com as recomendações antigas.”
R: No caso tanto dos esteroides anabolizantes como do treino, métodos mais velhos que funcionavam bem há anos atrás funcionam igualmente bem hoje em dia.
Tento sempre que as alterações que faço correspondam a melhorias efetivas e, geralmente, acho que tem sido isso que tem acontecido. No entanto, o caso dos SERMs vs. os anti-estrogénio baseia-se essencialmente em trade-offs e não propriamente em melhorias absolutas.
A utilização de um inibidor da aromatase permitir manter os níveis de estradiol dentro do nível desejado, ao mesmo que se evitam os potenciais efeitos secundários dos SERMs, tratando-se de uma abordagem bastante limpa.
Os SERMS, e o Clomid em particular, têm duas vantagens em termos de utilização durante um ciclo.
O Clomid reduz os danos causados nas células musculares pelo treino de resistência e, acredito, pelo treino de pesos de grande volume, devido aos seus efeitos sobre as membranas celulares. Não parece, de maneira alguma, reduzir a estimulação dos ganhos musculares. Não esperaria que os ganhos sejam necessariamente melhores na sequência da existência deste efeito protector, mas é possível que o Clomid contribua para os bons ganhos musculares em casos individuais.
Uma outra diferença que existe entre usar um SERM e um inibidor da aromatase é o seu efeito sobre a SHBG (globulina de ligação à hormona sexual).
Geralmente, os esteroides anabolizantes diminuem a SHBG. Muitas vezes, os níveis de SHBG atingem mesmo níveis excessivamente baixos durante um ciclo de esteroides, o que não é de todo desejável.
O estradiol, que aumenta durante um ciclo aromatizante caso não se tome um inibidor da aromatase, atua no sentido de aumentar os níveis de SHBG. O próprio Clomid provavelmente aumenta diretamente a SHBG.
Portanto, nas situações em que se utilizam inibidores da aromatase durante um ciclo, existe pouco efeito contra-balanceador de aumento do estradiol para que aumentar a SHBG. Porém, quando se usa um SERM para controlar o efeito estrogénico durante um ciclo, os níveis de estrogénio aumentam efetivamente no sentido de normalizar a SHBG.
Embora eu não ache que baixar os níveis de SHBG afete de forma negativa a obtenção de ganhos durante um ciclo, tal redução poderá comprometer de certa forma a recuperação, reduzindo assim os ganhos globais. Não existem provas em relação a isto, mas trata-se de uma possibilidade razoável.
A única desvantangem de utilizar o Clomid durante um ciclo em vez de um inibidor da aromatase é a sua ligeira toxicidade. Or esta razão, já não se prescreve o SERM durante longos períodos de tempo para a prevenção do cancro da mama em mulheres. Pessoalmente, considero que os SERMs são compostos de muito baixo risco para utilização limitada, mas não devem ser tomados de forma constante durante anos a fio.
De um modo geral, sinto-me confortável em substituir o uso de um inibidor da aromatase pelo uso de um SERM durante os ciclos, mas para aqueles que preferem o uso de SERMs ou gostariam de experimentá-lo, façam-no. Normalmente, métodos que funcionaram bem no passado continuam a funcionar bem hoje em dia.
Leave a Reply