P: “Quero fazer as minhas próprias preparações de esteróides, mas tenho algumas dúvidas acerca das vantagens e desvantagens dos vários óleos transportadores, solubilizantes e bacteriostáticos.”
R: Vamos primeiro considerar que tipo de óleo utilizar.
O óleo mais fácil de obter e, na minha opinião, um dos melhores é o óleo de soja Wesson que se compra no supermercado. Este tipo de óleo tem um longo historial de utilização bem-sucedida. É preferível a qualquer outro óleo de supermercado devido a sua extrema limpidez, que é sinónima da existência de pouca ou nenhuma matéria particulada no seu interior.
Por outro lado, os outros óleos de supermercado têm normalmente uma névoa, subtil em muitos casos, mas ainda assim presente. O mesmo se passa com muitos óleos naturais vendidos por empresas especializadas em produtos para fisioculturistas.
Posto isto, têm sido feitas várias preparações bem-sucedidas com óleo de milho, amendoim, semente de algodão ou de semente de uva, bem como com outros tipos!
Em alguns casos, os fornecedores vendem óleos que são de qualidade farmacêutica, obtidos em empresas como a Croda. Estes tipos de óleos são uma escolha excelente.
Embora alguns óleos esotéricos, tais como, óleo de semente de linho, óleo de prímula, etc, possam ser nutricionalmente desejáveis para ingestão oral, algumas pessoas querem usá-los para injeção. Recomendo que não o façam, pois estes produtos tipicamente são ricos em matéria particulada e é possível que, mesmo que pareçam límpidos a olho nu, despoletem respostas alérgicas na sequência de uma injeção – mesmo que, para a mesma pessoa, tal não ocorra após administração oral. Além disso, o material poderá ser probiótico (fornece nutrientes de que as bactérias precisam) e nem todo será necessariamente removido por um filtro submicron.
O oleato de etilo pode ser outra boa escolha. Tem as vantagens de ser menos viscoso que os óleos de sementes ou de vegetais, e uma maior capacidade de solubilização. As potenciais desvantagens provém da reação individual que pode haver ao oleato de etilo em alguns casos, e à baixa qualidade do produto noutros casos. Pessoalmente, eu evitaria o oleato de etilo de qualidade industrial ou laboratorial, ou até mesmo de origem desconhecida. Deverá ser USP, ou pelo menos FCC. Em qualquer dos casos, experimentaria algumas injeções de apenas 1 mL antes de gastar um lote inteiro de pó solubilizado em oleato de etilo.
O benzoato benzílico é um solubilizante útil. Por exemplo, o acetato de trembolona é solúvel em apenas 50 mg&mL de óleo Wesson simples, mas é possível obter 100 mg/mL com 20% de benzoato benzílico e 80% de óleo Wesson.
Outro solubilizante é o guaiacol. Se estiver a seguir uma fórmula que especifica este composto, então o melhor a fazer para ter a certeza de que tudo é dissolvido é mesmo utilizar o guaiacol ao invés de o omitir. Não existe qualquer desvantagem em fazê-lo. Para além disso, não existe qualquer razão particular para utilizá-lo – pessoalmente, nunca o uso.
O álcool benzílico tem propriedades bacteriostáticas. Por outras palavras, não mata as bactérias mas evita a sua multiplicação. Uma solução oleosa limpa de um esteroide, sem matéria particulada, não tem quaisquer nutrientes necessários à multiplicação das bactérias. Não tem, por exemplo, quaisquer fontes de azoto, potássio, fósforo, etc., os quais são absolutamente essenciais ao seu crescimento. Porém, se permitir a entrada de partículas de pele ou resíduos de alimentos na solução, então o crescimento bacteriano torna-se possível. Tal não ocorrerá se limpar o septo e utilizar agulhas novas.
De qualquer forma, alguns utilizadores podem contaminar o material e, por esta razão, o álcool benzílico em concentrações não superiores a 5% pode ser útil. Muitos consideram-no até “necessário”. Acho, porém, que esta palavra é demasiado forte e tenho-o omitido durante muitos anos devido às suas propriedades irritantes, sem qualquer consequência de maior. Desejável para um determinado indivíduo e talvez até para a maioria – talvez. Mas absolutamente necessário quando se usa um óleo adequado e um procedimento correto – não.
Leave a Reply