A HCG (gonadotropina coriónica humana) está disponível sobre a forma de glicoproteína em pó, que é diluído em água e administrado por injeção intramuscular ou subcutânea. Atua no organismo tal como a hormona luteínizante (LH), estimulando a produção de testosterona pelos testículos, mesmo quando a LH natural não está presente ou é deficitária. É, por isso, útil para manter a produção de testosterona e/ou a dimensão dos testículos durante um ciclo de esteroides.
Adicionalmente, pode ser muito útil para aumentar a produção de testosterona fora ou entre os ciclos de esteroides. O sucesso disto depende da capacidade dos testículos para produzir efetivamente quantidades superiores de testosterona na sequência do aumento da estimulação. Quando os próprios testículos são o fator limitante, não há nada que a HCG possa fazer.
Incluir a HCG como parte do programa de terapia pós-ciclo (TPC) é superior a depender apenas da testosterona se se considerar importante a manutenção da produção de esperma e/ou da dimensão testicular. O uso exclusivo de testosterona pode resultar em infertilidade ou fertilidade reduzida, uma vez que a função testicular normal depende de níveis intratesticulares de testosterona superiores aos que resultam desse uso.
Em relação à utilização de esteroides, a HCG ou não se inclui na terapia pós-ciclo de todo ou então deve usar-se apenas de uma maneira precisa, que a seguir se descreve, para evitar que haja um impedimento à recuperação.
A recuperação da produção de LH pós-ciclo exige que os níveis de androgénio tenham regressado aos seus níveis fisiológicos. Com a utilização de ésteres de média ou longa duração de ação, este processo é lento. Por exemplo, supondo que o tempo de meia-vida de um determinado ester de testosterona é de 7 dias, e que foram usados 800mg/semana durante o ciclo. Então, uma semana após a última injeção, os níveis serão semelhantes aos que existiriam se tivessem sido administrados 400 mg semanalmente durante algum tempo e outros 400 mg tivessem acabado de ser administrados. Às duas semanas após os níveis serão equivalentes aos da administração contínua de 200 mg/semana. Isto seria o verificado sem que fosse usada HCG durante esse período.
Nesta altura, pode ser iniciada alguma recuperação com o uso de Clomix ou Nolvadex.
Mas se a HCG fosse utilizada durante este período, ou iniciada nesta altura, os níveis de testosterona seriam semelhantes não aos da utilização contínua de 200 mg/semana, mas aos dessa utilização acrescida 100-200 mg/semana. Isto iria interferir com a recuperação da produção de LH.
O melhor é, caso utilize HCG, faço-o durante o ciclo para manter a função testicular, de modo a que os testículos respondam à LH assim que a sua produção seja restabelecida. Existirão também vantagens sobre a manutenção da dimensão testicular e no fornecimento de testosterona adicional via estimulação pela HCG.
Este último ponto não terá grande importância quando se usa uma grande quantidade de esteroides semanalmente, mas poderá ser bastante significativa se a quantidade total de miligramas for modesta.
Esta produção acrescentada de testosterona é particularmente valiosa se a combinação usada for inteiramente não-aromatizante e for suficientemente doseada de modo a inibir totalmente a produção de testosterona. Nesta situação, os níveis de estrogénios cairiam para níveis anormalmente baixos, a menos que a HCG fosse tomada para que houvesse níveis de testosterona normais durante o ciclo, pois o estradiol é produzido a partir da testosterona.
A dose tradicional de HCG era de 5000 IU de cada vez. Embora isto produza níveis sanguíneos que representam uma vasta sobredosagem durante, pelo menos, a primeira semana após a injeção, tinha uma utilização médica, visto que existem muitos casos em que é desejável administrar apenas uma injeção, ou injeções pouco frequentes, por oposição a exigir ao doente que vá ao hospital duas ou mais vezes por semana para receber o fármaco. E como a meia-vida é de apenas alguns dias, é necessário um nível inicial extremamente alto para obter uma duração de ação prolongada com uma só injeção.
Esta dose é muito superior à que deverá ser usada para culturismo ou terapia de substituição hormonal.
A minha recomendação anterior de que 500 IU/dia eram suficientes foi uma quebra radical em relação ao que era a prática de culturismo da altura, que se baseava no uso de doses muito superiores, as quais davam à HCG a reputação de fármaco agressivo; mas o aumento da experiência, bem como um estudo clínico sobre o assunto publicado em 2005 por Coviello et al. demonstrou que é necessária uma dose ainda menor que essa.
Existe pouca ou nenhuma diferença na produção de testosterona entre uma dose de 250 IU em dias alternados ou de 500 IU EOD. O Dr. Dr Eugene Shippen também verificou que o uso de baixas doses é extremamente eficaz na prática clínica e a prática fisioculturista também demonstrou que tais doses são completamente eficazes.
Em linha com isto, consider atualmente que uma dose de 500 IU EOD (ou 3x/semana, que é praticamente equivalente) ou 250 IU diariamente representam um máximo absoluto razoável.
Quanto a valores para uso geral, 100 IU diariamente, 200 IU EOD, ou 250 IU três vezes por semana são muito eficazes. O estudo clínico mencionado acima não encontrou diferenças significativas nos resultados conseguidos com estas doses e o máximo absoluto recomendado, mas é possível que para alguns indivíduos exista alguma diferença pequena.
Com estas doses, ao contrário do que se verifica com as sobredosagens vastas, a HCG não tem efeitos secundários percetíveis.
Enquanto parte da TPC, tal como já foi explicado, a HCG não deve ser usada durante o período no qual a inibição resultaria da combinação da produção resultante de testosterona e dos níveis remanescentes de esteroide injetado. Porém, quando os níveis de esteroide injetado caírem abaixo do que seria verificado com o uso de 100 mg/semana, será aceitável usar como parte da TPC doses muito baixas de HCG como 100-125 IU em dias alternados.
Preparação da hCG: os rácios de diluição mais convenientes são os que estão na ordem dos 1000 ou 2500 IU por mL. Uma vez misturada, a preparação deve ser refrigerada e usada no prazo de algumas semanas. Se a quantidade reconstituída for superior àquela que pode ser utilizada em tal período de tempo, é aceitável congelar a preparação para uso posterior. A substância é um pouco sensível à temperatura antes de ser misturada e não deve ser exposta a calor excessivo. É necessária refrigeração para armazenamento a longo-prazo, mas a HCG não reconstituída consegue aguentar pelo menos 2 meses à temperatura ambiente habitual.
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