P: “Sou uma mulher de 40 anos que sempre foi extremamente ativa, começando com natação de competição na infância. Como sempre de acordo com a vontade natural que tenho, nunca contando calorias ou fazendo privações e comendo bastante especialmente após um treino, pois nessas alturas tenho mesmo muito apetite. Nunca tive qualquer problema com a gordura corporal, desde que treinasse intensamente. Neste momento, ainda faço treinos intensos mas estou com problemas em relação à gordura. Já tentei tomar T4, fazendo um doseamento pouco correto, apenas passando com a ponta do dedo no pó. Não tinha qualquer noção da potência da substância. Teve efeito horrendos sobre o meu ritmo cardíaco, mas perdi gordura (e músculo). Depois disso, experimentei T3, desta vez medindo cuidadosamente a dose e tomando 100 mcg/dia. Mas isto não me ajudou em nada e o facto de ter palpitações interferiu com o meu treino. Por outro lado, tive sorte com alguns suplementos de perda de peso, pelo que a hormona tiroideia também deveria ajudar, certo? E qual é a diferença entre a T3 e a T4?”
R: É bastante afortunado da sua parte ter conseguido manter-se maga enquanto comia conforme lhe apetecia durante todo este tempo e dependendo apenas do treino. Isto é normalmente consequência da herança genética e está longe de ser a norma.
É muito provável que agora que chegou aos 40 anos, isto não seja suficiente e, para voltar a ser magra, deverá ser necessário evitar aumentar o consumo de calorias, ao mesmo tempo que deve procurar perder gordura.
Alguns suplementos para perda de peso são moderamente eficazes na redução do apetite, bem como no aumento da taxa metabólica ou, em alguns casos, até em melhorar os processos metabólicos. Embora o consumo calórico se mantenha o mesmo, o efeito dos suplementos nutricionais na perda de gordura é geralmente menos que aquele que teria a hormona tiroideia, se apropriadamente doseasse. No entanto, nos casos em que o suplemento tem menos propriedades supressoras do apetite e o indivíduo em causa come mesmo menos, isto pode ter um grande impacto na perda de gordura.
O que pode ter acontecido consigo quando tomou T3 foi que a ingestão de comida aumentou para compensar o aumento da taxa de queima de calorias, pelo que não houve perda de gordura.
No caso da T4, a dose terá sido tão extrema que houve perda de gordura mesmo assim.
Nunca demais relembrar o quão potentes são as hormonas tiroideias. É absolutamente essencial não tomar doses excessivos. Nunca se devem usar pós, excepto se a pessoa tem forma de medir doses extremamente pequenas com 100% de certezas.
Recomendo, então, que a dose diária de T3 não exceeda os 50 mcg/dia, preferencialmente divididos em, pelo menos, 3 doses e, no mínimo, duas doses. Relativamente à T4, recomendo que não exceda os 200 mcg/dia.
A T4 tem uma duração de ação superior à da T3 e, por isso, é de utilização mais conveniente. Uma vez no organismo, tem que ser previamente convertida para T3, o que pode ser um fator limitante para alguns indivíduos. Para estes, a T3 pode ser preferível. Não parece que tenha este problema, pelo que pode usar a T4.
Mas, da próxima vez, mantenha a dose dentro do limite referido acima e certifique-se de que não permite que a quantidade de calorias ingeridas aumente proporcionalmente ao aumento da taxa metabólica.
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