P: “Qual é a sua opinião sobre os kits de teste de esteroides anabolizantes Labmax? Posso realmente confiar nos resultados?”
R: Pessoalmente, ainda não fiz uso destes kits de teste, mas com base nos meus conhecimentos de química analítica e com base na informação que existe sobre eles, posso dar-lhe mais algumas informações.
Estes testes são testes colorimétricos, onde ocorrem determinadas reações químicas gerais, tais como, reações com ligações duplas conjugadas, as quais estão longe de serem exclusivas aos esteroides anabolizantes – e muito menos a um esteroide anabolizante específico. Sendo que podem ocorrem variadas combinações de reações entre os produtos de dois ou mais frascos de teste, podem ser produzidas vários padrões de cor.
Estes tipos de testes são quase sempre presuntivos e não conclusivos. Poderá sugerir a presença ou ausência de uma determinada substância, mas nunca fornecerá provas concretas.
Parece que a empresa que efetivamente produz o kit é a MMC International. Aparentemente, são um fornecedor legítimo de vários kits de teste para forças de segurança Europeias. No entanto, este kit em particular é claramente comercializado para utilizadores de esteroides e para não entidade estatais. Além disso, o kit não se encontra listado sob o Padrão 0604.1 do Instituto Nacional de Justiça. Ora isto é inconsistente com o facto de ser muito ou pouco utilizado pelas forças de segurança ou pela Âlfandega nos Estados Unidos. Isto não é um problema em si próprio, mas poderia levar a que o utilizador ficasse com a ideia de que este kit é aceite pelo governo, tendo em conta a informação apresentada na brochura.
Se alguém tiver alguma informação em contrário em relação ao seu uso oficial, agradecia que a transmitissem à MESO-Rx.
Para além do facto dos testes deste tipo serem apenas presuntivos, a tabela de cores introduz novos motivos para ter dúvidas. Para os esteroides mais esterificados, são reportados resultados apenas em solução oleosa. Mas, por exemplo, com o propionato de testosterona em pó, não existe alteração de cor nem para o Teste A nem para o Teste B enquanto que para o propionato de testosterona em solução oleosa origina uma cor verde azeitona para o Teste A e amarela para o Teste B. Por quê um resultado diferente do que é obtido com o pó?
O esteróide é o mesmo. Mas não é essa a razão. O que acontece é que as propriedades químicas do veículo usado neste caso em particular originaram a alteração de cor através, por exemplo, da reação com as ligações duplas existentes nos ácidos gordos do óleo.
Outro exemplo é o resultado obtido com enantato de testosterona. Não existe nenhuma razão química pela qual, num qualquer teste colorimétrica, o enantato de testosterona reaja de maneira diferente do propionato de testosterona. Mas aqui, eles obtiveram um resultado completamente diferente do que com o enantato. Isto poderá ser devido ao facto do veículo ser totalmente diferente.
O que acontecerá se o veículo usado no seu produto for diferente do usado no produto que eles testaram? Talvez o seu fornecedor tenha usado oleato de etilo, ao passo que o produto deles continha, por exemplo, óleo de sésamo. Ou o seu fornecer usou quantidades diferentes de álcool benzílico ou benzoato de benzilo que o usado no produto deles.
Assim, o teste poderá muito bem originar um padrão de cores diferente do que está indicado na tabela.
Até que a empresa demonstre que o teste é válido independentemente do veículo usado, algo que eu não acredito que possa acontecer para um teste colorimétrico, recomendo que se coloque em causa o teste para preparações de óleo UG, pois elas podem realmente usar variados veículos. Contudo, uma dada marca farmacêutica deveria funcionar de maneira consistente, ainda que diferente daquilo que são as suas tabelas.
Poderá ser útil para pós, mas eles listam o resultado de poucos pós.
No caso dos comprimidos, existe a preocupação sobre a influência dos excipientes sobre o resultado final.
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